Você já deve ter ouvido falar mal do adoçante
alguma vez na sua vida, não é verdade? E também já deve ter ouvido aquela
frase: “Adoçante engorda, afinal quem é magro não usa adoçante. Só quem usa
adoçante são os gordinhos.”
O uso de adoçantes gera muita polêmica. Há quem
diga que eles causem diversos tipos de problemas. Os estudos em humanos ainda
não são conclusivos. Porém, diversas pesquisas em animais apontam possíveis
danos à saúde.
Quem são?
Adoçantes são produtos constituídos a partir de um
edulcorante, que tem a capacidade de “adoçar” mais do que o açúcar normal. A
função inicial era substituir o açúcar para diabéticos, mas hoje, muitas
pessoas os usam mesmo sem ter certeza do que podem proporcionar, principalmente
a longo prazo.
Outra questão importante: será que você usa a mesma
quantidade de adoçante que usava há 5 anos para adoçar seu cafezinho?
Normalmente, ao longo dos anos, o indivíduo vai aumentando aos poucos a
quantidade de gotinhas e sachês.
Por quê?
Temos, na língua, estruturas conhecidas como
receptores. São eles que “sentem” o sabor doce. Ao longo do tempo, eles vão se
acostumando ao sabor, ou seja, vão dessensibilizando, e isso faz com que você
coloque uma maior quantidade de adoçante para sentir o mesmo sabor ”doce” que
sentia há anos. Assim, o consumo de algo que possivelmente gera malefícios para
sua saúde acaba aumentando. Será que vale a pena?
Aqui estão listados alguns dos adoçantes
existentes: Acessulfame-K, aspartame, ciclamato, sacarina, sucralose, frutose,
lactose, maltodextrina, manitol, sorbitol, steviosídeo, xilitol.
Possivelmente, você já os consumiu e nem sabia
disto, pois muitos produtos industrializados recebem a adição de edulcorantes
para deixar o produto mais “saboroso”, mesmo que ele não seja Light. Portanto,
no final das contas, você estará consumindo grandes quantidades.
Alguns adoçantes, como ciclamato ou sacarina,
apresentam níveis elevados de sódio, que é um dos inimigos da hipertensão
arterial.
O aspartame, o acessulfame e o ciclamato devem ser
utilizados com cautela, até porque existem estudos, mesmo que ainda
inconclusivos, relacionando essas substâncias com o câncer.
A própria frutose, usada como adoçante, é
considerada por alguns autores como uma toxina ambiental com implicações de
saúde. Em determinado estudo feito com animais, a ingestão de frutose foi
considerada um fator de risco para doença renal, que inclui hipertensão
glomerular e inflamação renal.
Além disso, existem estudos em desenvolvimento e
que buscam uma relação dos adoçantes com o alzheimer e com a doença de
parkinson, duas patologias que têm se apresentando mais frequentes nos últimos
tempos.
Engordam ou não?
Pesquisas mostram a existência de uma associação
entre o consumo de bebidas adoçadas artificialmente e ganho de peso em
crianças. Estudos clínicos controlados com crianças são muito limitados e não
demonstram claramente efeitos metabólicos benéficos ou adversos de adoçantes
artificiais. Atualmente, não há nenhuma forte evidência clínica de causalidade
a respeito do uso de adoçantes artificiais e os efeitos na saúde metabólica,
mas é importante observarmos que existem possíveis contribuições desses
adoçantes artificiais para o aumento global da obesidade infantil e, inclusive,
do diabetes.
A evidência de uma relação causal que liga o uso de
adoçantes artificiais ao ganho de peso e outros efeitos para a saúde metabólica
é limitada. No entanto, estudos recentes em animais fornecem informações
intrigantes que suportam um papel metabólico ativo de adoçantes artificiais.
Adoçante e fome
Provavelmente, você já deve ter percebido que, ao
se fazer uma dieta, consegue-se ficar o dia inteiro comendo alimentos diet e
light, cheios de edulcorantes, mas quando chega no final do dia, fica bem mais
difícil manter-se controlado.
Muitas vezes, não é isto que faz você desistir da
dieta?
Isto pode acontecer porque, quando consumimos os
adoçantes, “enganamos” nosso cérebro, pois não lhe damos o que ele mais
quer: o açúcar.
Os adoçantes não satisfazem a real necessidade de
nosso corpo. Os carboidratos são nutrientes, presentes em diversos alimentos
que, quando consumidos, liberam glicose, ou seja, açúcar para o nosso
corpo utilizar em suas diversas funções, tais como: respiração, batimento do
coração, raciocínio, etc.
Quando chega no fim do dia, o seu cérebro grita:
QUERO açúcar! Portanto, seria muito mais interessante controlar as quantidades
de carboidratos do que ficar o dia inteiro enchendo seu organismo de adoçantes.
Não é por que os adoçantes apresentam suspeitas,
que devemos passar a usar o açúcar indiscriminadamente.
Vale lembrar também que o consumo de açúcares está
diretamente relacionado ao aumento da incidência de doenças crônicas não
transmissíveis, como diabetes, a hipertensão e a obesidade.
O melhor amigo de nossa saúde é o equilíbrio.
Então, diante de tantas informações, o que fazer?
O mais recomendado seria diminuir o consumo de
adoçantes e procurar sentir o sabor do que for consumir antes de adicionar os
edulcorantes. Assim, aos poucos, você se acostumará e descobrirá um delicioso
sabor no que consome, independentemente da adição de qualquer substância.
Algo muito útil que podemos fazer por nossa saúde é
diminuir o “código de barra”, ou seja, comer e beber o mínimo possível de
alimentos industrializados. Assim, evitamos o consumo excessivo de corantes,
gorduras saturadas, açúcares, sódio e, inclusive, de adoçantes.
Artigo maravilhoso. Obrigada pela orientação.Já sabia de alguma coisa mas voc~e fez uma boa complementação.
ResponderExcluirUm abraço,
Leônia